Se acredita que em suas origens o tarô era um jogo mais de mesa, um baralho para brincar. Aparentemente embora não há certeza, surgiu no século XIII ou XIV. O maço está composto por 78 cartas: os Arcanos maiores (22 cartas) e os Arcanos menores (56 cartas divididas em 4 naipes: Ouros, paus, copas e espadas, cada naipe simbolizando um elemento: Ar, fogo, terra e água).

Quem são os arcanos? A palavra “arcano” vem do latim arcanum, que significa “mistério” ou “segredo”. Então essas representações “secretas” podem nos revelar certa informação (presente-passado e futuro). Informação que pode ser interpretada de diversas maneiras (por quem “Lê as cartas”).

Existiram diversos relatos e suposições sobre a origem dessas cartas: muitas delas foram perdidas. Alguns maços foram achados incompletos. As regras do jogo reinventadas e modificadas faziam com que rastrear a origem desses baralhos fosse complexo.

Existe uma definição universal dos baralhos e concede a Visconti Sforza. Se diz que foram produzidas sobre lâminas de ouro, sobre as quais há desenhado e pintado cada personagem e figura. Quer dizer, que a princípio se faziam uma a uma de modo artesanal até a chegada da imprensa.

Para Carl Gustav Jung, a simbologia do tarô e em particular a dos Arcanos maiores, pode ser de grande ajuda como ferramenta na psicanálise. De acordo com sua teoria dos arquétipos, o tarô seria um método para desvelar o inconsciente e chegar na individualização e ao desenvolvimento de “si mesmo”.

Seguindo esse autor, interpretar o que cada lance tem a nos dizer é uma tentativa de nos conhecer a nós mesmos; nessa introspecção se pretende que o diagnóstico e a cura sejam propícios da mão própria e não esperando que uma frase ou palavra seja o remédio definitivo.

As cartas mais utilizadas são do tarô Marselha que é o mais famoso ou o de Rider Waite, que é um baralho mais contemporâneo. A diferença entre ambos baralhos é estética, principalmente no que diz respeito aos Arcanos menores. Nos baralhos de Rider Waite aparecem cenas especificamente representadas, e no tarô de Marselha, em troca, somente veremos os diferentes naipes dos baralhos e a interpretação estará baseada de acordo a numerologia, cores e detalhes pequenos das cartas.

O idioma do tarô é muito pessoal. Cada um fará o caminho que lhe pareça melhor para se aproximar e aprender isso. É uma linguagem muito particular e o importante é abordar a palavra desde o simbolismo e não desde o intelectual.

As cartas podem ser interpretadas carta por carta ou em diálogo com as outras. A ordem dos arcanos não é casual (Esses 21 arcanos mais “O Louco”). Uma forma é colocar as cartas em três filas de sete cartas e se propõe vê-las como se fossem espirito, alma e corpo. Quer dizer na primeira fila: O Mágico, A Papisa, A Imperatriz, O imperador, O Papa, Os Enamorados e O Carro. Na segunda fila: A Justiça, O Eremita, A Roda da fortuna, A Força, O Dependurado, A Morte e A Temperança. E na última fila: O Diabo, A Torre, A Estrela, A Lua, O Sol, O Julgamento e O Mundo.

Se considera que o primeiro grupo de cartas, compreendidas entre a 1 e a 7, se associam a personalidade humana, as experiências concretas da vida; da 8 a 14, se relacionam com a alma ou as virtudes que temos que adquirir e da 15 a 21 com o espirito, as forças e leis cósmicas com as que nos relacionamos.

Podem ser jogadas três cartas (passado, presente e futuro) ou consultar por sim ou por não, jogando uma só carta. As variáveis são muitas. O objetivo de uma leitura de tarô é a de ter consciência por parte do consultante do porquê das situações e como poder melhorá-las.

É dito que quando perguntamos ao tarô sobre o futuro nos posicionamos desde um medo, temor a que algo nos aconteça ou que algo não tenha um bom resultado.

Então, possivelmente o mais interessante não seja prever o futuro e sim entender o presente. A partir dessa visão, as cartas não nos dirão se encontraremos um amor no futuro, mas sim poderiam nos ajudar a visualizar o porquê não estamos achando um amor no presente. O melhor que podemos fazer é pensar muito bem nas perguntas para receber respostas profundas e certas. Você se atreveria a conhecer essa informação por meio do tarô?

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